segunda-feira, outubro 15, 2012

Coluna: just gimme some truth, Kafka.


Hello folks! Antes de qualquer coisa, já compraram a maçã pra dar aos seus professores hoje? De preferência não envenenada, meus queridos.
A minha dica de hoje vai principalmente para aqueles que apreciam as caricaturas do real em forma literária, numa aliança de obscuro e crítica que mescla o subliminar e o explicito, principalmente quando esta crítica julga algo tão banal, como a justiça e o sistema que ela envolve, afinal de contas ninguém está livre do julgar dos engravatados munidos de penas e códigos, não é mesmo?!

''... havia ainda objecções por levantar? Havia-as, com certeza! A lógica é na
verdade inabalável, mas não resiste a um homem que quer viver. Onde estava o juiz? Onde estava o supremo tribunal? Tenho coisas a dizer. Ergo as mãos.'' - O Processo, pág. 211.

Já imaginou estar na pele de alguém no auge de seus 30 anos, que em uma simples manhã, entre o gole saboroso de café e o amarelinho do pôr do sol,  é abordado por policiais, e cai num profundo devaneio de extrema confusão mental, sem saber o porquê de estar sendo preso? Pois é meus caros, este é o caso de Josef K. no romance ''O Processo'' do grande escritor checo, Franz Kafka.
Este livro desperta um sentimento de revolta de tamanha intensidade, a ponto de nos colocar numa posição tão vulnerável quanto a do protagonista Josef K. onde acabamos por nos colocar em seu lugar, refletindo de diversos ângulos e pontos de vista, questionando até onde existe verdade - se é que existe - e justiça nas mãos dos que supostamente fazem justiça. No livro, a angustia de Josef é constante e aparente ao decorrer do romance, e a defesa - elemento natural a favor dos réus - não tem lugar, pois a acusação mesmo que sem justificativa nenhuma, se sobrepõe à possibilidade de inocência, deixando clara a crítica ao sistema judiciário que age e sentencia de acordo com seus interesses, e demonstrando a desorientação angustiante a que os acusados são entregues.

Para os não haptos a leitura - tu mesmo mocinho ou mocinha, slave da preguiça - porém curiosos, há adaptações para o cinema como ''The Trial'' de Orson Welles, e em quadrinhos do artista italiano Guido Crepax.
Espero que gostem da dica e a aproveitem. xoxo!

                                                                                                            





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